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Saúde

Estudo mostra que meditação ‘turbina’ memória, inteligência, e capacidade cognitiva

A meditação feita de forma correta melhora os mecanismos cognitivos durante o aprendizado

Estudo científico do "Quarterly Journal of Experimental Psychology" comprovou o poder da meditação
Estudo científico do "Quarterly Journal of Experimental Psychology" comprovou o poder da meditação (foto: OpenAI's DALL·E)

Uma pesquisa recente publicada no Quarterly Journal of Experimental Psychology sugere que até mesmo breves períodos de meditação mindfulness podem ter um impacto profundo em nossa capacidade de aprender e tomar decisões. Participantes que praticaram meditação mindfulness não apenas aprimoraram sua capacidade de aprender a partir de resultados positivos inesperados, mas também demonstraram uma maior abertura a novas experiências, favorecendo a exploração de opções novas em detrimento da dependência de escolhas familiares.

Um crescente corpo de evidências sugere que a meditação mindfulness, uma prática enraizada em tradições antigas e agora integrada a várias terapias psicológicas contemporâneas, poderia ter efeitos de longo alcance na flexibilidade cognitiva, regulação emocional e redução do estresse. Além desses benefícios reconhecidos, os pesquisadores por trás do novo estudo buscaram entender se e como uma intervenção breve de mindfulness poderia influenciar diretamente a maneira como os indivíduos aprendem com o feedback em cenários de tomada de decisão, onde os resultados não são garantidos.

“Nosso interesse neste tópico foi impulsionado pelo reconhecimento da influência notavelmente potente da meditação mindfulness na cognição humana e sua capacidade de modificar preconceitos sociais profundamente enraizados”, explicou o autor do estudo Marius Golubickis, professor na Universidade de Aberdeen e chefe do Laboratório de Cognição Social Computacional de Aberdeen.

“A revelação de que até mesmo sessões breves de meditação de 5 minutos podem exercer impactos substanciais destaca a praticidade e a acessibilidade dessas práticas para pessoas que levam vidas agitadas. Esta exploração da simplicidade e eficiência da meditação mindfulness abre caminhos fascinantes para aprimorar a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal, destacando seu papel vital em nosso arsenal cognitivo.”

Os pesquisadores recrutaram uma amostra de 60 participantes com pouca ou nenhuma experiência prévia em meditação. As origens dos participantes eram diversas em termos de formação educacional, variando desde o ensino médio até doutorado. Esses participantes foram designados aleatoriamente para um dos dois grupos: um grupo de meditação mindfulness ou um grupo de controle.

Para aqueles no grupo de mindfulness, a intervenção consistiu em uma meditação guiada de 5 minutos focada na respiração consciente. Este exercício tinha como objetivo cultivar a atenção no momento presente de forma não julgadora, orientando os participantes a observarem sua respiração e redirecionarem gentilmente seu foco sempre que surgissem distrações. Por outro lado, o grupo de controle se envolveu em uma tarefa de 5 minutos envolvendo quebra-cabeças chineses (Tangram), selecionada como uma atividade neutra improvável de influenciar os estados cognitivos ou emocionais da mesma maneira que a meditação mindfulness.

Após essas atividades, todos os participantes realizaram a tarefa experimental principal: uma Tarefa de Seleção Probabilística. Esta tarefa foi projetada para simular tomadas de decisão sob incerteza, exigindo que os participantes escolhessem entre pares de símbolos com base no feedback probabilístico sobre sua correção.

Os símbolos, derivados de caracteres Hiragana japoneses, foram apresentados em pares (AB, CD, EF), sendo que cada par tinha uma probabilidade definida de que escolher um símbolo resultaria em feedback positivo. Por exemplo, escolher o símbolo A em vez de B resultaria em uma resposta correta 80% do tempo. Essa estrutura permitiu que os pesquisadores criassem um ambiente de aprendizado no qual os participantes precisavam discernir e se adaptar a essas probabilidades ao longo do tempo, espelhando decisões da vida real onde os resultados frequentemente são incertos.

Para analisar os dados, os pesquisadores empregaram técnicas avançadas de modelagem computacional, especificamente o Modelo de Difusão de Deriva de Aprendizado por Reforço (RL-DDM). Este modelo integra teorias de aprendizado por reforço, que explicam como o comportamento é moldado pelo feedback, com processos de tomada de decisão, capturando tanto as probabilidades de escolha quanto os tempos de resposta.

Golubickis e seus colegas descobriram que os participantes que se engajaram na sessão de meditação mindfulness mostraram uma capacidade aprimorada de aprender com o feedback positivo em cenários de tomada de decisão incertos em comparação com aqueles no grupo de controle. Esta taxa de aprendizado aprimorada após o feedback positivo sugere que a meditação mindfulness ajuda os indivíduos a processar e utilizar informações que excedem suas expectativas de forma mais eficaz, otimizando assim seu processo de tomada de decisão em situações caracterizadas por incerteza.

A análise de modelagem computacional forneceu insights sobre os mecanismos cognitivos subjacentes a esses efeitos. A meditação mindfulness pareceu influenciar vários processos cognitivos-chave envolvidos na aprendizagem e tomada de decisão. Especificamente, o grupo de meditação exibiu taxas de aprendizado mais rápidas a partir de erros de previsão positivos, o que significa que eles foram mais rápidos em ajustar suas expectativas e comportamento com base em resultados inesperadamente positivos.

“Talvez a descoberta mais notável tenha sido o impacto significativo do breve mindfulness no processo de aprendizado, particularmente sua capacidade de aumentar a sensibilidade a surpresas positivas”, disse Golubickis ao PsyPost. “Essa alteração sutil sugere que até mesmo períodos curtos de meditação mindfulness podem influenciar profundamente nossas respostas cognitivas a resultados positivos inesperados, destacando o potencial do mindfulness para aprimorar como percebemos e aprendemos com nossas experiências.”

O grupo de mindfulness também mostrou um aumento na cautela de resposta, conforme evidenciado por um limiar de decisão mais alto na análise RL-DDM. Esse achado implica que a meditação mindfulness leva os indivíduos a necessitar de mais evidências antes de tomar uma decisão, refletindo uma abordagem mais deliberada e menos impulsiva para escolher entre opções incertas.

Além disso, os pesquisadores descobriram que a meditação mindfulness influenciou a tendência à exploração

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Bacharel em comunicação e há 20 anos atuando em portais de notícias como Folha, Estadão, Limão, Perfil. Falo sobre cinema, tecnologia e cultura pop, nas horas vagas torço pro São Paulo.

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