Roberto Baggio, eleito o melhor jogador do mundo em 1993, expressou sua mágoa pela não convocação para a Copa do Mundo de 2002. Então ele relembrou a época, quando estava se recuperando de uma lesão no joelho. Em uma entrevista recente à Esquire, o italiano descreveu aquele momento como “uma traição”.
“Foi uma vergonha que dificilmente será superada, por mil razões. Eu deveria ter ido mesmo que fosse com uma perna, pelo que eu representava. Eu havia participado de três Copas do Mundo, e aquela teria sido a quarta. A história deveria ter terminado assim. Foi uma traição, não, não… O Japão inteiro teria torcido por nós!”, afirmou Baggio, que hoje tem 56 anos.
Aos 35 anos, Roberto Baggio se recuperou de uma ruptura dos ligamentos cruzados do joelho em um tempo recorde. A previsão inicial era de seis a nove meses de recuperação, mas o atacante do Brescia foi liberado para voltar aos campos em apenas 80 dias. No entanto, mesmo com sua condição impressionante, ele não entrou na lista de 23 convocados pelo técnico da Itália, Giovanni Trapattoni.
“Voltei da lesão nos últimos três jogos em condições incríveis, marquei três gols em três jogos, 11 gols em 11 jogos pelo campeonato italiano. Mas acima de tudo, ainda faltava mais de um mês para o início da Copa do Mundo. Eles poderiam me levar para o campo de treinamento e avaliar minhas condições. Em vez disso, nada…”, concluiu. Em 2002, a Itália foi eliminada nas oitavas de final pela anfitriã Coreia do Sul.
Como budista, o ex-atacante afirma que sua religião o faz refletir sobre o passado, aprender com os erros, e valorizar o presente, que é a soma das causas que moldam o futuro que se viverá.
Quando questionado sobre um time que gostaria de ter jogado, Baggio mencionou o Boca Juniors, lembrando da comunidade italiana na Argentina: “Quando fui ao Catar com Mauricio Macrì [ex-presidente da Argentina], ele me perguntou: ‘Por que você não veio?’. Infelizmente, meu joelho me impediu, mas é uma experiência que eu adoraria ter tido. Os italianos na Argentina são apaixonados.”
“Lembro de ter ido a um estádio na Argentina em 1994, e nas primeiras vezes que estive lá, não conhecia muito sobre o futebol local. Em determinado momento, passaram um jogo na televisão e mostraram a torcida do time que estava vencendo por 3 a 0, uma loucura, uma cena maravilhosa. Eu comentei com meus convidados e eles responderam: ‘Não, Roberto, são eles que estão perdendo por 3 a 0’. Você entende?”, compartilhou Baggio.
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