O ator cativou o público e transformou o personagem naquele amigo para todas as horas e que está mais preocupado com a felicidade dos outros do que com a dele próprio
“Acho que nem passa pela cabeça do Max ter um relacionamento. Ele está mais interessado em ver os amigos, como a Lu (Julianne Trevisol) e o Arthur (Fábio Assunção), bem resolvidos”, conta o mineiro, que faz rir na trama das 7, mas também protagoniza cenas fortes, como o preconceito dos pais e a agressão de homofóbicos na rua. Pablo revela como vê toda a violência e a discriminação que nos rodeia nos dias de hoje.
Como foi fazer a cena em que Max apanhou de homofóbicos?
Foi uma cena muito importante. É triste saber que isso acontece na vida real. Quando recebi o capítulo e comecei a ler, fiquei muito emocionado, porque, apesar de ser uma ficção, isso acontece diariamente. O preconceito é um atraso para a sociedade. Fiquei especialmente tocado e impressionado com a repercussão. De alguma forma, todo mundo vestiu a camisa do Max. Foi um momento muito especial na minha carreira: ser porta-voz de uma causa. Fiquei muito honrado e agradecido aos autores Rosane Svartman e Paulo Halm.
Você conhece alguém que tenha sofrido uma agressão assim?
Não, pessoalmente não. Para me preparar para a cena eu vi vários vídeos de relatos de pessoas que sofreram agressões, passei o carnaval inteiro estudando e pensando como Max reagiria a esse tipo de situação. Até porque a gente não conhecia esse lado dele, já que Max sempre foi muito solar, muito pra cima, divertido, bem-humorado. Era uma região de sentimentos que ainda não tinha experimentado. Fiquei muito à flor da pele com tudo isso que ele viveu.
Como você analisa o fato de Totalmente Demais conseguir discutir assuntos importantes e polêmicos da sociedade de forma franca, mas também leve?
Temos autores que tratam tudo de uma forma muito respeitosa. Então dá para se falar de tudo se tiver muito respeito pelo tema. Acho que a gente conseguiu o objetivo, num horário que precisa ter uma certa leveza. Passamos para as pessoas que o mundo precisa de mais amor e não ódio.
Acha que até o final da novela Max vai engatar um romance?
Acho que o Max é muito bem resolvido como está. Ele tem uma felicidade muito maior ao ver que as pessoas ao redor dele estão felizes. Max é aquele amigo que está sempre querendo incentivar, botar a pessoa que ama pra cima. Não acredito que passe pela cabeça dele ter um relacionamento. Max está mais interessado em ver os amigos, como a Lu (Julianne Trevisol) e o Arthur (Fábio Assunção), bem resolvidos e felizes.
Max é muito solar, mas enfrentou barras pesadas. Em O Rebu (2014), o Kiko traficava drogas, traiu o melhor amigo… Você tem preferência por personagens alegres ou mais dramáticos?
Acho que o ser humano tem esses dois lados. Em um momento ele é solar, em outro é mais escuro, então, eu me interesso por bons personagens. Se ele tiver um lado pra cima, ótimo. E outra faceta mais dramática, depressiva, tudo certo também. Fico feliz em fazer um bom papel.
O Max é muito popular. Como está sendo a recepção do público?
Ainda consegue andar tranquilamente nas ruas? Continuo fazendo as mesmas coisas. O sucesso do Max não me atrapalha em nada. Claro que acaba acontecendo de as pessoas me abordarem na rua, mas sempre de forma carinhosa e tranquila. E todo mundo fala: “Quero um amigo igual ao Max (risos)”.