Fale com Estranhos é um projeto de entrevistas em vídeo com anônimos pelas ruas do Brasil. Conheça!
Ao contrário do que escutamos desde pequenos, falar com gente desconhecida pelas ruas pode ser, sim, uma otima ideia. A jornalista Adriana Negreiros e o designer Daniel Motta, ambos de São Paulo, que o digam. Eles se aproximam ao acaso de transeuntes em praças, parques ou avenidas movimentadas, sempre munidos de dois banquinhos, uma câmera e um cavalete com os dizeres: “Olá, venha aqui e fale com estranhos”. Com o peito e os ouvidos abertos, registram a experiência no site do projeto Fale com Estranhos. Desde o fi nal do ano passado, postam diariamente o depoimento filmado de alguém de Norte a Sul do país, que resolveu revisitar memórias, desabafar, contar algum causo marcante… A seguir, Motta, que é autor de Me Dê um Conselho (ed. Altamira Editorial) revela por que é tão rico o gesto de dar trela para toda e qualquer pessoa. Sem reservas.
Como surgiu a ideia do projeto?
A Adriana e eu queríamos produzir algum conteúdo autoral e, acima de tudo, queríamos procurar gente anônima, com histórias de verdade, interessantes para contar.
O que vocês mais ouvem?
Há desde relatos fortes, como abusos, traumas infantis e relacionamentos difíceis, até conversas engraçadas e divertidas. Existem os que compartilham grandes alegrias, inventam grandes mentiras, ou simplesmente se emocionam. O Tiago, de 25 anos, de Fortaleza, está deixando a carreira militar, tradição em sua família, para se tornar fotógrafo. O João Vitor nos contou sobre o abandono pela mãe, quando ainda era um garoto…
O que é mais gratificante nesse trabalho?
É ver como as pessoas têm coragem de se abrir de maneira tão íntima para dois estranhos. Todo mundo tem uma história para contar. E há algo extraordinário em cada um de nós. Somos imperfeitos, contraditórios, mas interessantíssimos.
FALE COM ESTRANHOS