O Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis, do Hospital Israelita Albert Einstein, leva saúde e ações socioeducativas às crianças de uma das maiores favelas de São Paulo
1- Como surgiu a ideia do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (PECP)?
Em 1998, o índice de reinternação na Pediatria Assistencial do Einstein era de 47%. Precisávamos reforçar a prevenção, encarando a saúde como bem-estar físico e psicossocial. Assim pensamos o PECP, um complexo com ambulatório – foram mais de 323 mil atendimentos no ano passado –, quadras de esporte, cursos. Promovendo o desenvolvimento global da criança, as internações por bronquite, por exemplo, reduziram 51,61%
2- O programa existe há 17 anos. Qual o segredo para ajudar uma comunidade com tão valioso trabalho voluntário?
Primeiro, conhecemos os moradores, seus líderes, costumes e realidade para entender as reais necessidades daquelas pessoas. Depois, nos reunimos com as lideranças e criamos metas de trabalho. Em seguida, identificamos as demandas locais, como os altos índices de doenças respiratórias e desnutrição, por meio de um censo feito de casa em casa. Com muito diálogo, deixamos claro como agiríamos
3- Que conselho você daria a outras instituições que desejam fazer o mesmo?
O sucesso desse programa se deu principalmente pelo respeito e clareza dos objetivos. O PECP surgiu em 1998, mas desde 1969 já havia um bom relacionamento com Paraisópolis. Naquele ano, começamos a atender os fi lhos daqueles que auxiliavam na construção do Hospital Albert Einstein, do Palácio do Governo e do Estádio do Morumbi, que vinham principalmente do Nordeste e se instalaram em uma fazenda do entorno.
TELMA SOBOLH, pedagoga paulistana, é presidente do Departamento de Voluntários da Sociedade Beneficente Israelita Albert Einstein e autora de A Força da Esperança – O Poder Transformador do Programa Einstein na Comunidade de Paraisópolis (edição independente). Na obra, histórias sobre o programa, por ela fundado, revelam: a compaixão constrói coisas belas.
