O veterano admite: “Estou que nem um pinto no lixo (risos). Gostando muito!”
Basta ligar a TV em Êta Mundo Bom! para acompanhar as peripécias de Pancrácio. O divertido professor desempregado se veste com os mais diversos disfarces, na busca por dinheiro para se sustentar. Não falta criatividade a Pancrácio, que já se travestiu de ex-miss São Paulo, mendigo, mágico… Para dar vida ao amigo de Candinho (Sergio Guizé), Marco Nanini se desdobra em mil. “Esses personagens disfarçados precisam ter uma verdade, e esses tipos são interpretados não por mim e sim pelo Pancrácio”, afirma o ator, de 67 anos, que volta às novelas depois de 13 anos dedicados ao seriado A Grande Família, no qual vivia o inesquecível Lineu Silva.
+ Marco Nanini: mil disfarces em um só
Já se acostumou com o ritmo louco que é gravar uma novela?
Nem é tão frenético assim. Nosso núcleo é dirigido por Jorge Fernando. Ele passa uma energia muito boa, tranquilidade e dá segurança. É mais fácil trabalhar assim. Além disso, encontrei uma equipe competente e talentosa, o que estimula você a estar na novela. Os atores também me receberam com carinho. Estou que nem um pinto no lixo (risos). Gostando muito.
Nem é tão frenético assim. Nosso núcleo é dirigido por Jorge Fernando. Ele passa uma energia muito boa, tranquilidade e dá segurança. É mais fácil trabalhar assim. Além disso, encontrei uma equipe competente e talentosa, o que estimula você a estar na novela. Os atores também me receberam com carinho. Estou que nem um pinto no lixo (risos). Gostando muito.
Com todos os disfarces que o Pancrácio usa, como é fazer muitos personagens em um só?
Eu fiquei assustado no início. Por mais que você estude e atente para as informações, inspiração é coisa que vem ou não. Esses personagens disfarçados precisam ter uma verdade, e esses tipos são interpretados não por mim e sim pelo Pancrácio. E ele tem uma vontade de atuar, então, fica muito chateado quando acha que não foi bem em um tipo ou outro. Aí tenta se superar no outro. É realmente um exercício muito legal.
Eu fiquei assustado no início. Por mais que você estude e atente para as informações, inspiração é coisa que vem ou não. Esses personagens disfarçados precisam ter uma verdade, e esses tipos são interpretados não por mim e sim pelo Pancrácio. E ele tem uma vontade de atuar, então, fica muito chateado quando acha que não foi bem em um tipo ou outro. Aí tenta se superar no outro. É realmente um exercício muito legal.
Dá muito trabalho se caracterizar para esses personagens?
A gente evita fazer dois personagens desses em um mesmo dia, porque a maquiagem é muito demorada. Quando estamos correndo, aí eu faço, mas são ossos do ofício.
A gente evita fazer dois personagens desses em um mesmo dia, porque a maquiagem é muito demorada. Quando estamos correndo, aí eu faço, mas são ossos do ofício.
Como é viver um professor?
A profissão de professor é icônica. Uma função muito pouco valorizada, mas é fundamental. Pancrácio se distancia um pouco pela diferença de época. Hoje, o professor sofre com uma realidade terrível. O Pancrácio vive num mundo de ilusões e fantasia. Isso é bom para o personagem, porque dá um ar de loucura, um tempero que ajuda no humor e em várias passagens da trama.
A profissão de professor é icônica. Uma função muito pouco valorizada, mas é fundamental. Pancrácio se distancia um pouco pela diferença de época. Hoje, o professor sofre com uma realidade terrível. O Pancrácio vive num mundo de ilusões e fantasia. Isso é bom para o personagem, porque dá um ar de loucura, um tempero que ajuda no humor e em várias passagens da trama.
O bordão dele é muito marcante: “Tudo o que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar!”
Ele é um professor de Filosofia. E gosta muito do livro Candido ou o Otimismo, do Voltaire, que brinca com a ideia de que tudo que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar. O Pancrácio é a versão abrasileirada desse personagem. A relação com o Candinho é ótima, porque conhece desde recém-nascido e gostam-se muito um do outro. Por isso, ele vive repetindo essa frase para o amigo.
Ele é um professor de Filosofia. E gosta muito do livro Candido ou o Otimismo, do Voltaire, que brinca com a ideia de que tudo que acontece de ruim na vida da gente é para melhorar. O Pancrácio é a versão abrasileirada desse personagem. A relação com o Candinho é ótima, porque conhece desde recém-nascido e gostam-se muito um do outro. Por isso, ele vive repetindo essa frase para o amigo.
Como é passar uma mensagem de otimismo para o público, com o país nessa crise terrível?
Esperança a gente tem, mas sempre desconfia um pouco. Eu mesmo desconfio um pouco de tudo. Mas é bom pensar assim, apesar da gente se enganar um pouco. É legal imaginar que você está ali pra fazer o bem. Não é a nossa realidade, principalmente, agora, pelo momento que estamos vivendo. É o que Pancrácio acredita. Um dos sabores da novela é justamente essa contradição: ele acredita, mas no fundo duvida. Qualquer conflito para o personagem é sempre bom.
Esperança a gente tem, mas sempre desconfia um pouco. Eu mesmo desconfio um pouco de tudo. Mas é bom pensar assim, apesar da gente se enganar um pouco. É legal imaginar que você está ali pra fazer o bem. Não é a nossa realidade, principalmente, agora, pelo momento que estamos vivendo. É o que Pancrácio acredita. Um dos sabores da novela é justamente essa contradição: ele acredita, mas no fundo duvida. Qualquer conflito para o personagem é sempre bom.
Acha que a novela pode mudar o modo de pensar do brasileiro?
A novela é um folhetim puro, com personagens bem definidos. É uma trama de época, retrata um mundo mais ingênuo, mais suave, mais lento, sem a loucura de agora. O bom é que mostra São Paulo crescendo e traz também a vida no campo. O público consegue respirar com a novela.
A novela é um folhetim puro, com personagens bem definidos. É uma trama de época, retrata um mundo mais ingênuo, mais suave, mais lento, sem a loucura de agora. O bom é que mostra São Paulo crescendo e traz também a vida no campo. O público consegue respirar com a novela.
